Zona de acção do Batalhão de Caçadores 4511- Sanza Pombo - Angola

Relatos de camaradas de vários contingentes

sobre a zona

de acção do Batalhão de Caçadores 4511

 

 

 

Malange guerra civil - Alberto Nogueira

email - betonogueira@iol.pt

http://zala.fotosblogue.com/r1382/MALANGE-Guerra-Civil/

Fotografias comentadas, tiradas por camarada do BArt 6323, que nos rendeu na cidade de Malange. São fotos que relatam a violência com que as forças em presença dos vários partidos, se defrontaram. Vê-se a população refugiada dentro do quartel, muita destruição e mortos.

 

 

 

Júlio Vilar Pereira Pinto / 20 de outubro de 2008

email - jvppinto@bragatel.pt

http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas.htm

Ao ver uma foto no destacamento do Alto Zaza, em que aparece o velho Manel, construtor de fornos, vou contar um pequeno episódio.
Ao velho Manel ninguém levava a sério, nem os nativos que trabalhavam com ele, era uma festa, o velho Manel gostava muito de vinho (malave do Puto), um belo dia o velho Manel foi comigo para o Cuango, pois ia fazer um serviço para o Administrador, a certa altura da viagem na auto-estrada para o Cuango ( tinha quatro faixas de rodagem, duas na picada e duas fora da picada), num dos vários buracos que havia mas que para nós já não contavam, o condutor sem querer ou de propósito acelerou e o Hunimog deu dois saltos e o velho Manel caiu na picada. Nessa altura um soldado grita, pare meu Furriel pois caíu o embrulho do tabaco.
O velho Manel, ficou furioso e disse "o embrulho do tabaco! F...se. O homem andou oito dias a falar no mesmo e falava bem. Mas era um bom homem. O Manel da Punga também era outra figura típica mas do Cuango

 

 

 

Júlio Vilar Pereira Pinto / 22 de Julho de 2008

email - jvppinto@bragatel.pt

http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas.htm

Li no site que o ex-furriel Virgilio Moreira foi o último a deixar o Quimbele. Eu estive em 67/69 na zona e era assim, sede da CART 1769 Quimbele, um destacamento na Cabaca depois Alto Zaza, onde foi mais tarde formado um pelotão de GE em 68 (só problemas, eles tinham a UZI com carregadores de 30 munições cada e nós a G3 com 20 munições em cada carregador se desse pro torto eles tinham vantagem), no Cuango estavam 2 Grupos de combate, sitio onde eu estive.
Os canhões foram lá postos no ano de 1968 e pelas fotografias que vejo deles lá morreram.
No meu tempo não havia alcatrão nem em Sanza Pombo.
Estive também em Santa Cruz 7 meses que era um destacamento da Quiqua, estavamos lá 30 homens com o armamento que tinhamos distribuido a cada um. Ainda bem que não aconteceu nada.
Mas o pessoal que nos foi render, ainda nós estavamos em Luanda para vir embora e ja eles tinham sido atacados.
Depois puseram uma companhia em Sta Cruz com um destacamento em Macocola.
O Padre Júlio que esteve na missão do Quimbele ainda é vivo e está em Itália; o padre Fidelis já faleceu.
Há civis do Quimbele na aldeia dos Dez em Arganil.
O Lobo da fazenda Nª Senhora da Conceição vou estar com ele agora dia 9-8-2008 na Aldeia das Dez. O Rosado vive no Barreiro. O filho dele de vez em quando faz uns comentários de economia na TV. Quando eu lá estive ele andava na 4ª classe.

 

Virgílio Dias Moreira  / 17 de Maio de 2008

http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas.htm

Recordando

Depois de dar uma vista de olhos pelo site que criou e pelo seu conteúdo, apraz-me dar-lhe os meus parabéns.


Entretanto como também pisei as mesmas terras, é com muito gosto que envio alguns dados para melhor esclarecimento de algumas imprecisões que poderão existir em alguns comentários.

1- Como furriel miliciano pertenci á 1ª companhia do Bcav 8324/73 tendo nós 1ªccav chegado ao Quimbele em Fevereiro de 1974, julgo que rendemos a sua companhia, nessa altura no Alto Zaza

2-A disposição do dispositivo quando chegámos era a seguinte: Sede de Companhia no Alta Zaza, destacamentos no Quango, Quimbele, cabendo ao meu pelotão ter ficado logo de início no Quimbele e ainda outro na Camuanga sendo reforçados por um pelotão de outra companhia.

3- Foi esse pelotão que sofreu o ataque em 25 de Agosto de 74, tendo eu feito parte do pessoal que do Alto Zaza foi em socorro, quando chegámos a situação era desoladora, o destacamento estava completamente abandonado, assim como a Sanzala que se encontrava um pouco antes do destacamento, pois o ataque foi simultâneo.
     As baixas cifraram-se em dois mortos e vários feridos, só passado algumas horas depois da nossa chegada é que começaram a aparecer os que tinham fugido para a mata. Como naquela altura o dispositivo militar já estava em fase de retracção e o destacamento não oferecia condições algumas, foi extinto e trazido o que escapou à pilhagem para o Alto Zaza. Julgo ter sido este ataque e desta envergadura dos últimos senão o último em Angola.

4- Passado pouco tempo a sede da companhia, voltou para Quimbele e foi com pena que abandonámos o Alto Zaza, levando algum material para Quimbele, mas deixando o restante ao Deus- Dará.

5- Fomos nós que levámos de Luanda para cima o motor para elevar a água para o depósito, que vocês tinham implantado e acabar com suplício dos bidons.

6 - Os Canhões sem recuo ainda estavam no Cuango pelo menos um.
7 - O monumento da vossa companhia lá ficou, intacto frente à enfermaria
8 - O tio Manel e o seu papagaio ainda conviveu connosco, mas depois da nossa vinda para Luanda perdemos-lhe o rasto
9 - Depois de uma pequena estadia em Quimbele (Um, dois meses o Batalhão foi transferido para Luanda, tendo a 1ªCcav ficado no RI.20. com a incumbência dos patrulhamentos nos bairros populares 1 e 2, Sarmento Rodrigues e ainda com a segurança ao edifício junto às torres do aeroporto, foram dias atribulados e de insegurança e indefinição, passámos pelo a fase do ataque do MPLA aos elementos do Chipenda, pela fase dos recolheres obrigatórios. e ainda pertencemos a um exército misto aquando da existência do Governo De Transição, assistimos à chegada de milhares de portugueses em especial da região de Malange que fugiam da insegurança reinante naquelas paragens, com os circuitos comerciais cortados até a nossa amiga Cuca estava já racionada e o mesmo se passava com outros produtos.
10 – Quando saímos do Quimbele, já muitos, se não todos os comerciantes tinham partido e o mesmo se verificava noutras localidades por onde passámos, quando fomos transferidos para Luanda.
11- Em Quimbele, ainda presenciámos o desfile de elementos da FNLA pelas ruas e ainda tivemos alguns problemas entre o nosso pessoal e eles. O ar já um pouco citadino de Quimbele era naquela altura uma localidade descaracterizada.
12- Depois de uma série de adiamentos, motivados pela dificuldade de transporte, regressámos por fim à Metrópole que se encontrava então em convulsão.
13- O tempo que passámos em Luanda foi para nós o mais penoso e com maior perigosidade em termos militares, derivado ao fogo cruzado entre os diversos movimentos e que era diário.

Os meus parabéns pela forma precisa com que nos relata, tantos e tantos pormenores de lugares e situações.

 


Manuel António Pinto / 29 Jan 2008  / manuel-pinto.alt@uol.com.br


http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas.htm

Gente, fiquei muito feliz ao descobrir estas fotos. Pena que já passaram quase 34 anos (desde 74) e não lembro mais de ninguém.
Sou Manuel António Pinto, 1.º Cabo rádio-telegrafista, da 3.ª Cia/4511. Meu grande amigo, telegrafista Marques, com quem eu gostaria de encontrar-me, e outros, como Machado, Lavareda, Cripto da Cia, o meu amigo que sofria de asma (telegrafista), o Costa, o Henrique, os furriéis, todos, o Alferes Virgílio, Oliveira, o Capitão, o Comandante do 4511 que uma vez quase me agrediu de raiva, porque devido aos QRMs não conseguia manter contacto com o pessoal que estava em operação. Gente, sinto muitas saudades de vcs. todos, meus amigos. Mandem notícias, por e-mails, carta, telefone, enfim de qualquer jeito.
Abraços para todos, do amigo Manuel.

 

 

 
Júlio Vilar Pereira Pinto / 07 Jan 2008jvppinto@bragatel.p


http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas.htm


É sempre com agrado que consulto este site, mais uma vez parabéns a quem teve esta maravilhosa ideia, pois ao mostrar este sítios aos filhos e netos eles ficam admirados ao verem os sítios e as situações por nós, da geração da guerra, vividos.
No tempo em que eu lá estive, no Cuango, Quimbele, Cabaca, Stª Cruz e Quicua, ainda não havia alcatrão em Sanza Pombo nem lá chegava. Conheço o dono, na altura, da fazenda Nª Senhora da Conceição, o Sr. Lobo e a esposa D. Arménia, vivem em Coimbra e têm uma casa muito boa em Aldeia das Dez, perto do Piódão.
Em 2008, vamos fazer o encontro da nossa CART 1769, lá e no dia 9-8. É gente boa. A minha CART foi a única a estar a comissão toda no mesmo sítio. Quimbele e o Batalhão em Sanza Pombo, a CART 1770 em Massau e a CART 1771 na Quicua, sendo Stª Cruz um destacamento da Quicua.

 

 

 

Júlio Vilar Pereira Pinto - 09 Apr 2007 /  jvppinto@bragatel.pt
http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas2.htm


Estive no Quimbele, no destacamento do Cuango de 1967 a 1969, BART 1926, CART 1769.
Conheci ainda o destacamento da Cabaca que, pelos vistos, mudou para Alto ZAZA. Estive ainda em Stª Cruz, que pertencia à Quicua, que também conheci e, claro, Sanza Pombo.
Os Obuses que aparecem nas fotos do Cuango (foram retirados pelo Bcac 4511 72/74) foram lá postos no meu tempo. Vierem de Luanda em coluna militar. Foi com uma grande emoção quando revi os sítios por onde andei. Estive lá 26 meses. Obrigado por esta reportagem formidável.

 

 

António Agostinho Marques - 27 Aug 2006  / tural@net.novis.pt
http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas2.htm

 

Estive no Quimbele, como Alf. Mil. de Novembro de 1969 a meados de 1971. Tínhamos um destacamento no Cuango a 2 GC e um GC na Cabaca a depois terão chamado Alto Zaza, com um grupo de GE's, (com o seu chefe MIRANDA. A sua mulher mais velha fazia um muamba que era um espectáculo).
Perto havia a sanzala da Cabaca, onde vivia o Kianfo Moés, representante em Angola de Kianfo Panza, chefe quimbundo na região que vivia no Congo. (talvez os nomes estejam ao contrário. Para saber tudo sobre a Cabaca, perguntar ao Alf. VIDE, de AROUCA, mais que pai das populações locais).
Tenho também imensas fotografias, que me poderão matar ou alimentar saudades, mas não deixei de me emocionar com as vossas, particularmente ao ver que o nosso monumento no Cuango estava ainda em pé.
Reconheci os civis que comemoravam convosco a conquista do torneio de futebol de salão: O Freitas, das gasolinas e o Mário, sobrinho do Lobo. Também o velho Manuel da Punga, construtor de fornos, faz parte das minhas relações.
No meu tempo de Quimbele, assistimos à chegada do asfalto mas também ao início da infiltração "terrorista" em SANTA CRUZ. Também andei na baixa e na região da Camuanga.

 

 

 

Carlos Albano Peixoto Figueira Henriques  /14 Dec 2004

http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/Arkidigi/Criticas2.htm


Olá!
Também passei pela Camuanga, mais concretamente "acampava" lá um mês, incorporado num grupo de combate pertencente à Comp.Caçadores 106 - Nova Caipemba.
Foi este grupo de combate, que sofreu um ataque na Camuanga, em 25 de Agosto de 1974, supondo-se que terá sido o ultimo ataque efectuado em Angola, a instalações militares das NT.
Tenho algumas fotografias da Camuanga. Quando puder digitalizo-as e mando-tas.
Um abraço.

 


 

Inicio da guerra em Sanza Pombo

http://micaias.blogs.sapo.pt/10802.html

Em Abril de 1961: Embarque de tropas

Embarcou em Lisboa o 1º contingente de tropas para Angola no navio NIASSA, cujos militares desfilaram na avenida marginal de Luanda onde foram recebidos com manifestações de intensa alegria e confiança. Chegados a Luanda, seguiram para o interior Norte, o Batalhão de caçadores 88 foi reocupar a povoação de Damba e o batalhão de caçadores 92 instalou-se em Sanza Pombo, comandado pelo então TCor Infª Duarte de Azevedo Pinto Coelho, no recém-criado Sector Operacional 2, com sede no Negaje, parte das companhias de caçadores continuaram a progredir na direcção da fronteira com o Congo ex-Belga, ocupando Santa Cruz e Maquela do Zombo.

A 2 de Maio desse ano dá-se o 1º ataque a Sanza e a 24 a Quimbele durante treze horas consecutivas,

Durante a sua permanência morreram em combate alguns camaradas que foram lembrados em placa alusiva que ainda se encontra neste momento no mesmo lugar.

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