a sua vivência e saudade, da sua terra e por onde tem passado.
Minha mensagem
de Natal para os meus amigos - O Natal do meu tempo de
menino. |
O Natal do meu tempo de menino
Não tinha papai Noel
Tinha encanto harmonia
Tinha o menino Jesus
Tinha bolas de neve
A refulgirem de luz.
Tinha o prazer a magia
De caminhar sobre a neve
De Lamoso a Bemposta
Para ir à Missa do Galo
Celebrada á meia noite
Daquela noite de luz.
|
O Presépio
Era iluminado com velas
Que davam à noite santa
O tom de luz das estrelas
Que iluminaram Belém
Para a chegada de Jesus.
A missa era um acto de amor
A igreja iluminava-se
Com as luzes dos olhares
Das pessoas que acreditavam
Na vinda do Deus menino
Como nosso salvador. |
Depois da Missa
A emoção dos presentes
O bater descompassado
De corações palpitantes
Naquela noite de luz
Correndo para a chaminé
Da lareira da cozinha
Ver se na sua botinha
Encontravam o presente
Pedido ao menino Jesus. |
Lamoso aldeia velhinha |
|
Férias em Bemposta |
Lamoso aldeia velhinha Tão linda e chame-te feia Quem não entende o amor De um menino por sua aldeia |
A ti me prendem raizes De um amor que não vivi Amor velhinho que em sonhos Eu guardo só para ti. |
|
Gostei muito de saber Quanto te sentes feliz De férias lá em Bemposta. Eu também fui lá muto feliz Quando menino. Sabes Raquel! Eu pisei as pedras daqueles caminhos Minhas mãos de menino Trabalharam aquele chão Com muito amor. |
Por isso eu te peço Quando lá voltares Diz-lhe por favor Que nunca a esqueci Nem as bolas de neve Que por lá eu fiz. Nem os regatos de água onde brinquei Com barquinhos de papel Diz-lhe também Raquel Que a pesar da saudade Sou um
menino feliz. |
Foste o berço dos meus sonhos
E da minh'alma inocente
Vives dentro da minh'alma
Que em ti vive eternamente |
Meu canto a Trás-os-Montes |
|
A praça de Lamoso |
Quero-te tanto Meu Trás-os-Montes Que não sabes quanto E não vou dizer-te Quero tu descubras Em cada recanto Desse teu chão As raízes profundas Que em ti deixei E nas águas doces |
Das tuas ribeiras O murmúrio das lágrimas Que por ti chorei Que escutes na voz Do vento sieiro O soluçar da saudade De um adeus sem fim Perdido no tempo Mas sempre, sempre Presente em mim. |
|
A praça de Lamoso É uma praça sem nome Mas foi nela que em menino Aprendi com maestria A rodar o meu pião E ele rodava, rodava, rodava Até perder o equilíbrio E depois tombar no chão. |
E hoje como em menino Voltei cheio de emoção A esta praça sem nome Para rodar o meu pião. Quero ver se ainda roda, roda, roda Como rodava então Até perder o equilíbrio E por fim tombar no chão. |
Velha cegonha da horta da fonte |
|
O meu Rincão |
Velha cegonha da horta da fonte Que não tem vida nem vê o horizonte Se é manobrada ela trabalha Se fica parada lembra um espantalho Mas nunca se furta ao seu trabalho |
Velha cegonha da horta da fonte Tirando água do fundo do poço Já era assim quando eu menino Assim foi quando eu moço E a velha cegonha da horta da fonte Tirando água do fundo do poço |
|
Se eu soubesse
Que a cidade grande era assim
Nunca teria deixado o meu rincão
Cidade grande não é para mim
Menino simples da aldeia
Que escuta no peito a voz do coração. |
Que à noite, sente saudades da ceia
E da conversa ao serão
Menino que em sonhos
Corre ainda nas pradarias
Colhendo flores
Escutando o chilrear das cotovias. |
Não sou mais menino
Também não sou moço
E a velha cegonha da horta da fonte
No seu vai e vem rangendo de esforço
Já mais se negou
A tirar água do fundo do poço. |
|
Não, não é não!
Cidade grande não é para mim
E se eu soubesse que era assim
Nunca teria deixado o meu rincão. |