Agricultura de Bemposta - Mogadouro

 

BEMPOSTA

 

AGRICULTURA

   Como principal meio de produção a agricultura ocupa a maioria dos seus habitantes. O minifúndio é o sistema que predomina na aldeia.

  Por isso, as hortas são um dos elementos de subsistência da família. Qualquer casal tem uma horta.

Por outro lado a cultura do cereal, vinha e olival e criação de gado,  é a sua maior fonte de rendimento.    Este trabalho foi desde sempre penoso por ser manual, embora a ajuda dos animais fosse fundamental.

A  mecanização que podia ser uma solução para esse esforço, esbarra em várias dificuldades. Entre estas, a existência da pequena propriedade, assente em terrenos muito inclinados. Por isso, muitos terrenos das encostas foram abandonados.

 

O vinho e a vinha

As adegas (bodegas)

O cereal e o pão

O olival e o azeite

Os cogumelos 

 

 

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O principal sector de produção esteve desde sempre ligado à agricultura.

Pode dizer-se que a agricultura é a mãe de todas as fontes de riqueza destas gentes. Não só porque alimenta as pessoas que nela trabalham, como alimenta e desenvolve as artes, o comércio e a indústria. Aos lavradores, chamava-lhe D. Dinis “ os nervos da República”.

Como a agricultura não estava mecanizada, a utilização dos animais era fundamental para poupar o esforço humano. No entanto, são várias as dificuldades que se opõem à mecanização dos trabalhos agrícolas. Entre estas, a existência da pequena propriedade, assente em terrenos muito inclinados. Por isso, muitos terrenos das encostas foram abandonados.

A solidariedade sempre foi uma forma de ser destas gentes. Para minorar o árduo trabalho agrícola, os vizinhos auxiliam-se mutuamente nestes trabalhos. É a “ tornajeira”.

O minifúndio é o sistema que predomina na aldeia. Por isso, as hortas são um dos elementos de melhor subsistência da família. Qualquer casal tem uma horta, ainda que alguns tenham necessidade de a arrendar.

É aqui que se cultivam as batatas, as couves, alfaces, feijões, cebolas, etc.

Normalmente, quando o homem anda à jeira ou ocupado noutras actividades, são as mulheres e os filhos que tratam/regam os produtos hortícolas.

A “cegonha” e as noras com os seus alcatruzes eram o meio mais comum de tirar a água dos poços.

As regas desempenham um papel fundamental na economia agrária. As hortas com os batatais, os feijoais, os pimentos e as cebolas e os outros mimos necessitam de ser regados, frequentemente, para resistir aos calores ardentes do estio. Face à carência de água ao nível do solo, poucos se dão ao luxo de “regar por pé”. Os poços são o reservatório natural da água. Os poços, muitas vezes, não têm apenas um dono. Servem várias hortas, pelo que a rega se faz ao dia. Muitos têm sido os conflitos entre vizinhos por causa do precioso líquido.

Na Primavera / Verão, como é admirável ver a azáfama das pessoas logo de manhã cedo, antes de ir para o trabalho agrário, ou ao anoitecer, e observar o vaivém contínuo das “ cegonhas” ou as noras, puxadas pelos animais, com os seus alcatruzes a funcionar.

Se é o homem que tira a água, é a mulher ou os filhos, a encaminhar a água, mudando os sucos nas leiras. Muitas vezes, as represas em pequenos riachos, do domínio comum, também eram uma forma de guardar a água para as necessidades da Primavera/Verão.

Se a estiagem é grande, o agricultor alarma-se perante as plantas ressequidas e a falta de água pode reflectir-se depois na colheita.

  O centeio foi o cereal mais cultivado, até aos nossos dias. Só nas últimas décadas se intensificou a cultura do trigo. Daí se justificarem as azenhas que existiam no rio Douro e os moinhos na ribeira.

A abundante produção de trigo na nossa região, a partir da década de 50, contribui, em parte, para o abastecimento do País. Durante muitos anos, foram os  armazéns da FNPT, existentes na estação de Urrós e estação de Mogadouro, receptores do produto do cereal. Face à necessidade de rentabilizar os serviços, hoje, é no silo da estação de Mogadouro, que se recolhe o cereal para ser distribuído pelas moagens da região.

Mas, se o grão é importante, não menos valor tem a palha, que serve de cama à numerosa criação de gado, que, depois, se transforma num poderoso elemento fertilizador da terra.

Mas, no processo de desenvolvimento, o transporte é factor essencial. Daí a ferrovia ter dado um incremento à agricultura transmontana. Aqui, é de realçar a construção da linha-férrea do Sabor, via estreita, em 1938, que ligou a nossa região ao Porto, pela linha do Douro. Com ela dinamizou-se a economia regional do planalto mirandês, com a troca          

Estação de Urrós de mercadorias, assim como o serviço de passageiros que se revelaram, desde logo, bastante importantes, uma vez que proporcionaram novos horizontes aos residentes. Restam construções, todas abandonados e em ruínas, estações, com bonita arquitectura e revestidas com magníficos azulejos decorativos.

 

Bibliografia:

 * Uma prática tradicional de substituição de insecticidas na cultura das vinhas, na bacia do Douro.

 * Instituto de desenvolvimento rural e hidráulico

 

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